em que domina o sentimento de saciedade
e de estagnação, em que a autonomia privada é óbvia,
em que o novo é acolhido do mesmo modo que o antigo, em que a inovação se banalizou (...)
sociedades estas ávidas
de identidade, de diferença, de conservação e descontracção,
de realização pessoal imediata;
a confiança e a fé no futuro dissolvem-se nos amanhãs radiosos
da revolução, (...)
doravante o que se quer é viver já, aqui e agora, ser-se jovem
em vez de forjar o homem novo.
(...) há uma retracção do tempo social e individual precisamente
quando se impôe cada vez mais a necessidade de prever e organizar o tempo colectivo;
exaustão do modelo modernista dirigido para o futuro, desencanto e monotonia do que é novo,
esgotamento de uma sociedade
que conseguiu neutralizar na apatia aquilo que a fundamenta: a mudança."
in "A era do vazio", ensaio sobre o individualismo contemporâneo, por Gilles Lipovetsky
edição portuguesa Relógio de Água, 1983
Obrigado, Cláudia, pela partilha de leituras.
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