quarta-feira, 5 de agosto de 2009




"A sociedade pós-moderna é a sociedade em que reina a indiferença de massa,
em que domina o sentimento de saciedade
e de estagnação, em que a autonomia privada é óbvia, 
em que o novo é acolhido do mesmo modo que o antigo, em que a inovação se banalizou (...) 
sociedades estas ávidas 
de identidade, de diferença, de conservação e descontracção, 
de realização pessoal imediata; 
a confiança e a fé no futuro dissolvem-se nos amanhãs radiosos 
da revolução, (...) 
doravante o que se quer é viver já, aqui e agora, ser-se jovem 
em vez de forjar o homem novo. 
(...) há uma retracção do tempo social e individual precisamente 
quando se impôe cada vez mais a necessidade de prever e organizar o tempo colectivo; 
exaustão do modelo modernista dirigido para o futuro, desencanto e monotonia do que é novo,
esgotamento de uma sociedade 
que conseguiu neutralizar na apatia aquilo que a fundamenta: a mudança."


in "A era do vazio", ensaio sobre o individualismo contemporâneo, por Gilles Lipovetsky
edição portuguesa Relógio de Água, 1983

Obrigado, Cláudia, pela partilha de leituras.



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