segunda-feira, 22 de outubro de 2018























n' O Grito Claro (edição de 1960) estão inseridos poemas como: “Não posso adiar o amor para outro século”, “Poema dum funcionário cansado”, “Sílabas”, “O tempo concreto”, “O boi da paciência” 




























"No ano em que se comemoram sessenta anos da publicação da primeira obra de António Ramos Rosa: 

a coletânea O Grito Claro (1958), 
a Assírio & Alvim leva ao prelo o primeiro volume da obra poética completa do poeta"

e celebrou-se recentemente António Ramos Rosa na Biblioteca Nacional:
António Ramos Rosa: Escrever o Poema Universal _Congresso Internacional, Biblioteca Nacional 17-19 out 2018 



"ainda antes de António Ramos Rosa ter publicado qualquer livro, em 1957, Adolfo Casais Monteiro, afastado de Portugal pela ditadura salazarista para um exílio de que não regressaria, escrevia no Jornal do Brasil:

A poesia de António Ramos Rosa deixa ver bem claramente que vem depois do surrealismo e que também foi caldeada, não direi no neo-realismo, mas naquilo que na autêntica expressão poética corresponde a este, ou seja: o não se sentir alheio à vida de todos os homens, não pedir presentes individuais aos deuses, não se ter como enviado de Deus, etc., em suma, de ser humano entre os humanos. 
(...)
António Ramos Rosa impõe-se à primeira vista, acho eu, como um poeta de profunda autenticidade; nos seus versos não há uma imagem que não venha dum lugar “habitado” – quero eu dizer: que não tenha sido alimentada por qualquer coisa muito viva dentro dele, seja na ideia, seja no coração, seja no instinto. São “verdadeiros”, e falam da vida sem deixar de falar de experiências íntimas. São sinais duma luta pela expressão, e não exercícios, nem habilidades de circo. São poesias.
"


excerto da intervenção de Gastão Cruz citando Adolfo Casais Monteiro
no Colóquio "Poesia do Século XX com António Ramos Rosa ao fundo" organizado em 2005, por ocasião dos 80 anos de vida de António Ramos Rosa, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto por Ana Paula Coutinho Mendes.

da intervenção por Fernando Guimarães, tb em 2005:

"Cada poema prossegue como um “navio de matéria” para, através de um complexo cruzamento (...), encontrarmos nele as árvores, os astros, o vento, a presença da mulher, a água, o espaço - encontro esse que se faz (...) “a substância / que quer a liberdade”."






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